sábado, 18 de junho de 2011

Neto de Trotsky se apresenta no Brasil


Um testemunho vivo da história, repleto de detalhes, coragem e muita emoção. O espírito da revolução de 1917 chegou com toda força e personagens como Trotsky, Lênin e Marx estavam mais vivos do que nunca.

Uma aula de história? Páginas sobre o marxismo foram folheadas, observadas e ouvidas. Atentamente.

O Anfiteatro TUCA – PUC SP- tornou-se pequeno para as mil pessoas que estavam presentes, dentre sindicalistas, comunistas, militantes, artistas, historiadores e comunicadores. Até os capitalistas mais exacerbados se permitiram viajar pela história. Mas todos com o mesmo objetivo: Participar da Conferência proferida pelo neto de Leon Trotsky, Esteban Volkov, organizada pela Livraria Marxista.

Aos 85 anos, demonstrando lucidez e vivacidade em tudo que dizia, Volkov conta detalhadamente sobre quem foi Trotsky, aspectos importantes da Revolução Russa e sobre o assassinato de seu avô a mando de Stalin.

Embora não tenha a pretensão de ser um continuador da obra de Trotsky, compreende que é seu dever e compromisso desmistificar a campanha de calúnias e mentiras contra seu avô, organizadas mundialmente pelo stalinismo desde a década de 1920. Com isso, pretende restabelecer a verdade histórica.

A Revolução Russa, considerada por críticos e historiadores como o mais importante acontecimento do século XX, foi um processo histórico da revolução popular, do ponto de vista social e político, que marcou o fim de uma das últimas monarquias hereditárias do planeta, o czarismo. Com a revolução, o socialismo pela primeira vez chegou ao poder e a ideologia socialista passou a exercer uma forte influência em âmbito internacional. É uma revolução repleta de contradições, povoada de discípulos e críticos. Dividiu-se em duas etapas, uma em fevereiro de 1917 e outra em outubro do mesmo ano, e dela participaram 160 milhões de pessoas.

O efeito da Revolução ao redor do mundo foi avassalador e instantâneo. Foi vista pelos conservadores com tenebricidade e pelo proletariado uma esperança. Para Esteban, a Revolução possibilitou que a Comuna de Paris fosse exercida e, com isso, o proletariado pôde construir uma nova sociedade. Personagens importantes foram fundamentais para que a Revolução ocorresse: Os companheiros Trotsky e Lênin.

Depois de Lênin, Trotsky foi o personagem mais importante da Sublevação de 1917. Segundo o próprio Volkov, existem páginas em branco com a assinatura de Lênin em vários documentos, autorizando Trotsky a tomar qualquer decisão em sua ausência. Ambos tinham total conhecimento sobre o marxismo e sua parceria e não era fruto do acaso, mas de uma total consciência política. Conseguiam admiração até de militares inimigos.

Com a morte de Lênin e Stálin tomando o poder, Trotsky e sua família se refugiaram em outros países. Muitos historiadores avaliam a luta de Trotsky contra Stalin como uma luta pelo poder. Mas na realidade, Trotsky temia a ditadura que seria implantada por Stálin. O que de fato aconteceu. “ O regime de Stálin tornou-se a maior arma do capitalismo para atacar e desmoralizar o socialismo”, afirmou Esteban, conforme escritos feitos por seu avô, nas obras: “Stalin – o grande organizador de derrotas”, “A Revolução Desfigurada” e “A Revolução Traída”.

Para lutar pela sobrevivência e proteger a família, Trotsky buscou exílio em alguns países, como Turquia, França e México.“Em Paris, percebi a sanguinária mão assassina de Stálin”, disse Volkov. Por meio da polícia secreta de Stálin, muitas vidas foram interrompidas e famílias foram separadas. Em entrevista chegou a dizer que Stálin conseguiu ser pior que Hitler.

Sem passaporte e ressarcido por todos os governos, Trotsky buscou exílio no México, já que o então presidente, Lázaro Cárdenas, também era antiimperialista.

Após algumas tentativas de assassinato, no dia 20 de agosto de 1940, Esteban, que tinha apenas 14 anos de idade, relembra que ao voltar da escola, encontrou sua casa cheia de camaradas e policiais correndo de um lado para o outro. Seu avô, com o rosto coberto de sangue, suspirou e disse as últimas palavras: “Não deixe o garoto ver isso!”
“Fui testemunha da simplicidade de meu avô, de sua entrega total até o último momento de sua existência”, relembra. A casa onde tudo ocorreu, transformou-se no Museu Casa de Leon Trotsky.

E diante de uma platéia emocionada, que sequer piscava os olhos, atenta aos gestos e palavras de Esteban, finaliza a Conferência com um trecho do Testamento Político de Leon Trotsky:

“Nos quarenta e três anos de minha vida consciente, permaneci um revolucionário; durante quarenta e dois destes, combati sob a bandeira do marxismo. Se tivesse que recomeçar, procuraria evidentemente evitar este ou aquele erro, mas o curso principal de minha vida permaneceria imutável. Morro revolucionário proletário, marxista, partidário do materialismo dialético e, por conseqüência, ateu irredutível. Minha fé no futuro comunista da humanidade não é menos ardente; em verdade, ela é hoje mais firme do que o foi nos dias de minha juventude”.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Djavan




Discreto, simpático, autodidata e sereno. Adjetivos não faltam para descrever o convidado do mês de abril da Academia de Ideias em parceria com a Revista Bravo: Djavan Caetano Viana, ou simplesmente, Djavan.

A voz de Djavan já inspira musicalidade e suas composições, repletas de cores do dia-a-dia e elementos metafóricos marcam e marcarão para sempre a história da MPB.
Músico desde aos três anos de idade, Djavan fala com orgulho da forte influência de sua mãe que cantava em um coral no estado de Alagoas.

Sempre estudando e aperfeiçoando o dom de músico, aos 23 anos, Djavan arrisca a sorte no Rio de Janeiro como crooner. Nesta época Djavan ainda não era conhecido do grande público. Mas um telefonema de quem entende do assunto, Chico Buarque, fez toda a diferença em sua carreira. Djavan descreve com humor o que pensou, ou melhor, o que tinha a certeza: “Era trote, apesar da voz ser mesmo de Buarque”. Depois disso, uma grande parceria foi formada.

A música “ Meu bem Querer” foi a que revelou para o grande público e foi tema de novelas da TV Globo, como Coração Alado.

Responsável pela trilha sonora de várias novelas e de muitas pessoas que se identificam com suas músicas, Djavan diz que nunca seguiu modismos ou tendências. “Sempre obedeci ao meu coração e a minha cabeça. Eu trabalho visando diversão. Eu quero ser feliz com minha música”, afirma o cantor. Prova de sua independência foi a abertura de uma gravadora própria.

Outro assunto que entrou na pauta da Academia de Ideias foi como Política e Música se entrelaçam. Segundo o cantor, o artista pode por meio da música, se expressar melhor e direcionar caminhos. A Música Imposto retrata a visão de Djavan: “Pra quem vai tanto dinheiro?Vai pro homem que recolhe o imposto/ Pois o homem que recolhe o imposto./É o impostor”.

Djavan afirma também que o Ministério da Cultura só conseguiu visibilidade quando Gilberto Gil foi ministro. Foi polêmico ao dizer que música e cinema, embora precisem de subsídios, não deveriam ser a prioridade do Ministério, uma vez que o governo deveria priorizar o povo; uma maneira mais organizada e concreta de se ter acesso à arte.

Politizado e um dos maiores representantes da MPB, Djavan é sucinto ao dizer que “o Brasil é um caldeirão de cultura”, devido à sua diversidade, dinâmica e por cada região ter sua especificidade.

Depois de uma sólida e respeitada carreira, Djavan afirma: “ Eu tenho foco e não desisto nunca”.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Cura: Penosa, mas possível



E numa discussão entre glóbulos brancos, quimioterapia e determinação, lágrimas e sorrisos, a cura, finalmente, tornou-se possível.

Lágrimas já foram derramadas, dores já foram sentidas, orações foram realizadas e uma batalha interminável contra o tempo para se chegar à vitória. No dia 21 de janeiro de 2011 a grande comemoração. Mais do que merecida. Andressa, 6anos, está curada. Um milagre? O desafio foi cumprido.

As linfocíticas se transformaram em bolhas de sabão. Disciplina, fé e força de vontade tornaram-se as palavras de ordem. A pequena, que se tornou grande, transformou-se em uma borboleta linda, ainda mais forte e com asas capazes de realizar grandes vôos.



Leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos) de origem, na maioria das vezes, não conhecida. Inicia-se na medula óssea e se espalha para outras partes do corpo. Por haver vários sub-tipos de leucócitos, consequentemente há diferentes tipos de leucemia. Divide-se em dois principais grupos de células brancas: as leucemias linfocíticas ou leucemias mielóides. Além disso, pode se apresentar de duas formas, a forma aguda ou a forma crônica. Isso depende da velocidade com que aparecem os sintomas e como ela evolui. Na forma aguda, as células são imaturas e não funcionam como deveriam, além de se reproduzirem muito rápido. Na forma crônica, as células são mais maduras e podem manter algumas das suas funções normais. O número de células malignas, neste último caso, aumenta vagarosamente. Este tipo de câncer é o câncer mais comum nas crianças, mas pode acometer adultos e velhos, também. Nos jovens, a forma mais comum é a leucemia linfocítica aguda, e nos adultos, a leucemia mielóide aguda seguida da leucemia linfocítica crônica.

Fonte: ABC Saúde