
Esbanjando delicadeza, sonoridade e boa música, Adriana Calcanhotto empresta suas composições e sua voz aos ouvidos brasileiros.
Mas não podia ser diferente. Filha de artistas, aos seis anos de idade, a gaúcha ganha o primeiro violão de sua avó. Mas engana-se quem pensa que o primeiro contato tenha sido apaixonante. Segundo a própria cantora, as primeiras aulas eram entediantes. Após algumas aulas e contato com diferentes tipos de músicas, dança, poetas e autores ligados ao Mar, Adriana se rendeu aos encantos da voz e violão.
Em princípio, a gravadora pretendia titulá-la como uma cantora romântica, ou para ser mais exata, transformá-la no “Roberto Carlos de saia”. Calcanhotto relembra com humor e descontração ao contar para a cantora Maria Bethânia que brinca. “ Mas você não usa saias!”
Intérprete da Música Popular Brasileira, Adriana adverte sobre o cuidado na escolha do repertório. “ É preciso prestar atenção se àquela música gosta tanto de você , quanto você gosta dela.”
Entre risos e serenidade, a também compositora acredita que cada canção nasce de um jeito. “Eu acho importante não criar uma situação para compor. O processo de composição é um acidente”. Adepta do sistema americano, Adriana prefere fazer suas composições sozinha e depois enviá-las aos parceiros de trabalho. A cantora relembra uma história cômica, quando foi convidada pela Marisa Monte para comporem em parceria com Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown. Calcanhotto diz que ficou “travada” nesse processo de composição em grupo e que só conseguia admirar o trabalho do trio.
Dentre os diversos trabalhos realizados no decorrer de sua carreira, além das composições, encontram-se dez discos, três livros ( O Poeta Aprendiz, Algumas letras, realizados em 2003 e Saga lusa - o relato de uma viagem, feito em 2008, em que a cantora relata os dias e noites que passou acordada e doente, devido a uma forte gripe e a uma mistura de medicamentos).
Calcanhotto também fala com orgulho do Espetáculo “Qualquer coisa de intermédio”, em que prestigia o universo cultural português interpretando obras de Fernando Pessoa, Luís de Camões, Arnaut Daniel, Amália Rodrigues e Carmem Miranda, encomendado pela fundação Gulbenkian de Paris.
Mas é impossível falar de sua carreira, sem se render a doçura e ao encanto de Partimpim, lançado em 2004 e destinado principalmente para as crianças. Adriana descreve que sempre admirou a generosidade de artistas como Toquinho, Vinicius de Moraes e Chico Buarque fazerem músicas com o mesmo padrão de qualidade que fazem para adultos. A cantora acredita que as pessoas subestimam o gosto da criança e que separam música infantil da dos adultos. “ Música infantil é uma invenção dos adultos. É o que os adultos imaginam que as crianças querem ouvir”, afirma. Segundo Adriana, o princípio do Partimpim, diferente do que ela pensava, não foi muito reconhecido, pois diziam ” Você não pode gravar um CD, pois você não tem um programa na TV”. O sucesso de Partimpim só constata o contrário dessa afirmação, já que a artista já está no seu terceiro trabalho.
Ao ser questionada qual seria seu sonho, Adriana Calcanhotto ou Adriana Partimpim se diz realizada. “ Meu sonho hoje em dia é continuar, que é um grande privilégio, viver fazendo o que eu gosto, fazer música, cantando para crianças, cantando para pessoas”, conclui.
Ai que sonhooooo! Amo essa mulher! Por que uns acidentes como os que acontecem com ela não acontecem comigo... rs Além de tudo é humilde!rs É claro que as composições dela não são acidente! Ser competente é arte. Amei!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEncontrei seu blog.rsrsrsrs!!!
ResponderExcluirGosto muito da Adriana Calcanhotto é muito bom poder conhecer mais um pouquinho dela e saber como tudo começou..Parabéns pelo blog!
Valeila FDC
Uma verdadeira pérola!
ResponderExcluir